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Zipaquirá – COLÔMBIA

Tem um dia sobrando em Bogotá? Parta para a Porta Note (terminal de ônibus ao norte da cidade) e pegue um ônibus para Zipaquirá, pequena e linda cidade a poucos quilômetros da gigante Bogotá.

Não se assute muito com os motoristas. Na Colômbia, todos dirigem feito loucos. Eu suava frio dentro dos veículos, mas aos poucos fui me acostumando. Avise ao motorista que você quer saltar perto da praça central de Zipaquirá para visitar a Catedral de Sal, um dos mais impressionantes pontos turísticos do mundo.

Chegando a Zipaquirá, pergunte como ir à Catedral. Você pode tomar um táxi ou ir a pé, conhecendo  a cidadezinha, que é bem bonita. Subindo em direção ao parque que abriga a mina de sal, responsável pela maioria do sal consumido no país, chega-se ao que chamam de a primeira maravilha natural da Colômbia.

Essa região dos Andes já foi um lago salgado. Foi secando e se sedimentando e suas rochas abrigam grande quantidade de sal. Tocar a catedral em seu interior e levar à mão à língua te dará prova disso. Pegue o tour com os mineiros, vá descendo (é enorme) e veja a quantidade de capelas que construíram, cada uma com uma decoração diferentes, todas esculpidas em sal. A nave central abriga uma gigantesca cruz iluminada. Dentro da catedral, se realizam missas e até batismos no batistério de sal.

O passeio é impactante. Ao final, um filme em 3D conta a história da mina de sal na Colômbia. Findo o passeio, você pode pegar seu ônibus de volta a Bogotá. Não é muito claro onde o ônibus para. Mas não se preocupe: é só perguntar a um policial.

Bogotá – Dia 2 – COLÔMBIA

Um passeio a Bogotá não está completo sem ir ao cerro de Montserrat. Em ambos, a visão é do conjunto arquitetônico da cidade, sempre pendente para o tom avermelhado, característica introduzida e reproduzida, até meio que ordinariamente, pelo famoso arquiteto franco-colombiano Rogelio Salmona. Sim, Bogotá é quase toda avermelhada, o que faz da cidade ter alguma harmonia apesar do tamanho, bem diferente do que acontece com a maioria das metrópoles brasileiras, que são uma tragédia em termos de arquitetura.

Suba e desça o Cerro de Montserrat de funicular e, dali mesmo, você pode caminhar de volta em direção ao Nariño para visitar um dos locais mais interessantes da cidade: o Museo de la Policía.

Lá, além da lista de todos os policiais colombianos que estão hoje sequestrados pelas Farc, está todo o material apreendido e confiscado na longa luta entre Estado e Farc na história recente do país.

Da Harley utilizada por um dos capangas de Pablo Escobar até suas armas, móveis de sua casa (Escobar matava os carpinteiros após construírem seus móveis preparados para esconder drogas e dinheiro) e inclusive ruas roupas. Há um manequim com as vestimentas usadas por Escobar no dia em que foi alvejado e morto em Medellín.

Outra sessão do museu aponta algumas histórias de serial killers colombianos. Curiosamente, a Colômbia é o país latino-americano com o maior número de serial killers conhecido. Números que se igualam ou superam países europeus ou os Estados Unidos.

Mas a parte mais interessante do museu está no andar de cima, onde é mostrado todo o trabalho feito com a polícia colombiana para regulamentar e limpar a instituição. Hoje, na Colômbia, Polícia e Exército são a mesma coisa. Polícia na cidade, exército no campo. Têm os mesmos salários, benefícios (escolas, clubes, hospitais e tratamento psicológico) e honram a instituição a que servem. Ao contrário do Brasil ou do México, são confiáveis. Qualquer dúvida ou ajuda que  precise, vá direto à polícia. São inúmeros os policiais espalhados por Bogotá, facilmente reconhecidos pelo seu uniforme verde.

5 Coisas Impressionantes do Mundo…

… que pouca gente conhece.

1. O Buda de Leshan, na China. Situa-se na cidade de Leshan, a duas horas e meia de Chengdu, moderna cidade cravada no miolo do país.

2. A Catedral de Sal de Zipaquirá, na Colômbia. A uma hora de Bogotá, na pequena e charmosa Zipaquirá, um monumento subterrâneo impressionante montado pelos trabalhadores das minas de sal da Colômbia.

3. Museu de Antropologia de La Plata, Argentina. A uma hora de Buenos Aires, a cidade de La Plata já vale a visita por sua beleza. Mas é seu museu de antropologia (que deve ser lido como museu de História Natural) que concentra impressionantes ossadas de animais pré-históricos e morcegos empalhados do tamanho de cachorros de médio porte. Diversão pra toda família.

4. Inhotim, Brasil. A pouco mais de uma hora de Belo Horizonte, o parque do Inhotim é o paraíso para fãs de artes plásticas e um local a ser visitado para quem quer se impressionar com arquitetura, natureza, comida boa e atendimento ao turista de altíssima qualidade. Isso, no meio do nada: a pequena cidade de Brumadinho.

5. Cholula, México. A poucos quilômetros da lindíssima cidade de Puebla, em Cholula, os espanhóis construíram sobre uma montanha uma catedral impressionante. Com o tempo, percebeu-se que a montanha era, na verdade, a pirâmide com a maior base do mundo que, aos poucos, vem sendo escavada e até hoje não se sabe a que povo pré-colombiano pertenceu.

Bogotá – Dia 1- COLÔMBIA

Bogotá já foi um lugar a ser evitado. Hoje, é uma das cidades mais legais da América do Sul.

Gigante, você pode e deve percorrer apenas da zona norte até o centro. De Bogotá Sur em diante, o risco é seu. Por todo dia, todos reforçam: “puedes caminar bonito, con traquilidad”. À noite, evite o centro. E, de dia, evite a zona sul, que concentra a maior parte do pobreza e dos homicínios da megalópole colombiana.

Pra ficar num belo bairro residencial (Morato) e ser tratado com muito carinho e dedicação, recomendo o Hostal Bogotá Real. Se quer um hotel mais sofisticado, vá direto para a Zona Rosa. É lá também que você pode terminar seus fins de tarde, circulando em uma área grande que reúne shoppings, lojas, cafés, bares, todos interligados e festivos. Algo similar aos Jardins, em São Paulo.

O transporte pela cidade deve ser feito pelo Trânsmilênio, sistema semelhante ao metrô, porém feito com ônibus articulados (brasileiros, inclusive) que te levam de norte a sul da cidade, e de leste a oeste com segurança e rapidez. A exemplo do México ou de qualquer metrópole latino-americana, o transporte público é mais seguro do que os táxis. Sim, em Bogotá é recomendável não pegar o primeiro táxi que aparecer na rua, apesar do preço ser tentador. Se estiver cansado, entre num hotel ou num restaurante e peça para chamarem um pra você.

Mas o passeio em Bogotá deve começar mesmo pela parte mais bonita e histórica da cidade: a Candelária. É lá que se localizam o Museu Botero (que não é grande, mas é interessante), o Museu do Ouro, com a maior coleção de ouro pré-colombiana do mundo (belíssimo), a rua das joalherias e a praça central do poder, que é o lugar mais seguro do país.

Na praça do palácio Nariño, sede do poder executivo, estão também o poder legislativo (num palácio em estilo napoleônico) e o poder judiciário, além da Igreja, que até a década de 90 apitava na Lei colombiana.

O céu cinza constante da cidade e temperatura baixa o ano inteiro fazem o clima ficar quase sempre soturno. Dá até um pouco de medo, levando em conta toda a história violenta que já caracterizou a Colômbia e faz parte de nosso imaginário. Mas rapidamente você se acostuma com o local onde está. E com a altura, que dá um pouco de dor de cabeça no primeiro dia. Afinal, Bogotá é uma das cidades mais altas do mundo, localizada a 2.600m acima do nível do mar, em plena Cordilheira dos Andes.

Para comer, Bogotá tem ótimas opções. Você pode pedir o ajiaco, prato típico colombiano, em qualquer lugar que tiver oportunidade.

Mas são destaques na cidade três redes que garantem alta qualidade no que servem: Café Juan Valdez, Crepes n Waffles e Corral Hamburguesas.Se você faz uma conexão em Bogotá, pode experimentar qualquer uma delas no próprio aeroporto. Na cidade, estão espalhadas em vários bairros, inclusive nos shoppings e nos museus.

A colombiana Crepes and Waffles finalmente desembarcou no Brasil. O que tem de legal a Crepes and Waffles além de crepes, waffles, sopas e sorvetes maravilhosos? Sua missão e seus valores. A rede tem em sua maioria funcionárias mulheres, quase todas mães de família, que têm papel ativo na economia do lar. Ou seja: na visão da empresa, devem valorizar o trabalho, a produção cuidadosa dos alimentos e o modo de servir.

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De entrada, sugiro o Elixir. É um suco de amêndoas com maçã verde, uva verde e uva roxa.

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Pode ir também direto na salada mediterrânea, fartamente servida com camarões, lulas, azeitonas, folhas e molho pesto + mostarda.
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A sobremesa era o melhor. É muita opção e você pode pedir o cardápio com fotos para ajudar a escolher. Para ajudar mais ainda, vá até o balcão experimentar os sorvetes que acompanhavam os crepes ou waffles. Experimente o inigualável sorvete de amêndoas com pedaços de amêndoas ou o de laranja, aguado e refrescante.

A El Corral alerta em seus sanduíches: aqui, um produto extremamente fresco. Consuma o quanto antes. E é verdade. Para quem gosta do formato, o deles é espetacular, seja nos fast foods espalhados ou ainda nas versões gourmet presentes em alguns endereços.

A fama do café colombiano é internacional graças um produto de qualidade (tão bom quanto o brasileiro) e um marketing mais eficiente que o nosso. Na Colômbia, a paixão pela bebida é mais sofisticada. Bogotá não é Roma nem Nova York, mas é dominada pela rede de cafés qualificados Juan Valdez. Inspirado na Starbucks – e principal empecilho de posicionamento para que a rede americana ingresse no país sulamericano -, o Juan Valdez tem expressos fortes, descafeinados, gelados, incrementados, além de doces e salgados deliciosos para acompanhar. Tudo num ambiente moderninho. Para arrematar, os cafés da rede estão espalhados pelos melhores endereços das principais cidades colombianas.

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Juan Valdez no Museo Botero, em Bogotá