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Siem Reap – Dia 2 – CAMBOJA

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Siem Reap é uma cidade muito preparada para o turismo. Tem restaurantes ótimos, hotéis-boutique, um pequeno palácio real para que o rei do Camboja visite a cidade eventualmente… E um museu de arte Khmer grande, bem organizado, que vale a pena ser visitado.

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Mas acho que o museu mais inusitado de Siem Reap é o Museu das Minas Terrestres. Como ele é mais isolado, certamente você vai precisar de um táxi para te levar.

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O museu foi fundado em 1997 por um ex-soldado cambojano. Aki Ra,o soldado, viu muitas crianças camponesas feridas por minas na região da fronteira entre a Tailândia e o Camboja. Aos poucos, foi procurando as bombas e as desarmando pouco a pouco. Todas as bombas que conseguiu desarmar ele está expondo no museu, que conscientiza sobre o tamanho do problema e sobre as origens do conflito. As bombas foram instaladas prioritariamente durante o regime de Pol Pot, já que a rivalidade entre o Camboja e a Tailândia é grande. Hoje, há ainda mais de 5 milhões de minas no território que separa os dois países, tornando a exploração dos solos não mapeados algo extremamente perigoso.

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Almoço no restaurante perto do Museu das Minas Terrestres

A obstinação de Pol Pot e do Khmer vermelho em recuperar a terra que antes pertenceu à civilização Khmer era grande. Seus soldados chegaram a invadir o su do Vietnã, chegando à região de Chau Doc. Porém, foram os vietnamitas que também auxiliaram na liberação do Camboja ao final da década de 70 e na sua reestruturação enquanto monarquia parlamentarista.

Siem Reap – Dia 1 – CAMBOJA

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Licenciamento: a gente vê por aqui.

Chegar a Siem Reap a partir de Phnon  Penh ou Bankok é fácil. Há voos diretos para o aeroporto internacional da cidade, pequeno, mas prático e muito acostumado a receber turistas, principalmente os europeus.

Siem Reap é a cidade base para visitar os ankores e a cidade da antiga civilização khmer. A cidade é lotada de hotéis boutique, bons restaurantes e lojas.

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O símbolo do Camboja é o maior templo religioso do mundo, o Angkor Wat. Ele está na bandeira e já deve ser familiar a muita gente que nem mesmo ouviu falar do pequeno país.

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A visita ao seu interior é uma loucura. Tudo é imenso, com muitas torres, salas, corredores e escadas.

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Para chegar à região dos ankores, o ideal é alugar um tuktuk só pra você. É seguro e você pode combinar o preço na hora. É barato. É interessante pedir uma indicação ao hotel porque seu guia pode te levar aos outros imensos templos e palácios da região. A cidade antiga é gigante, as ruínas são grandes e há muitos pontos de interesse. O guia dá uma filtrada, o que ajuda bastante.

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Referência pop: neste templo foi gravado Tomb Raider

Abaixo, um panorama geral da região histórica!7708214310_1161c51495_z 7708260016_587b8a3661_z 7708269166_5994fd71f5_z 7708290880_795faa96b7_z 7708315140_3eed4973e5_z 7708320114_201a48fa4f_z  7710109418_55c4c6a36d_z 7710165202_4e6d7a5202_z

Phnom Penh – Dia 2- CAMBOJA

Phnon Penh é uma cidade antiga e nova. Antiga porque foi a capital do reino do Camboja por muitos anos. E nova porque foi destruída na década de 70 durante o regime ditatorial de Pol Pot.

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Uniforme do Khmer Vermelho

Pol Pot foi talvez o mais sanguináreo e violento ditador da história contemporânea. Ou é páreo com Stálin. Quando assumiu o governo do Camboja, foi festejado por libertar o país do colonizador francês. A alegria da população durou pouco, pois a visão de governo de Pol Pot era um comunismo agrícola. Não havia espaço ou possibilidade para profissões ditas burguesas ou com muitas especialidades.

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Todos deveriam sair da cidade e ir ao campo trabalhar. Quem não quisesse, iria para as prisões. E os que resistiam ao governo eram torturados e executados . Se você usasse óculos, por exemplo, já seria caso de ir para a prisão, pois óculos é um ferramenta burguesa. Eu estaria ferrado. E enquanto destruía o país, Pol Pot era celebrado como líder comunista internacional, fazendo discursos na Europa.

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Visitei alguns centros de segregação e tortura. O primeiro deles é o Tuol Sleng Genocide Museum. O local era uma antiga escola que foi transformada durante o governo de Pol Pot em uma prisão. As salas de aula viraram celas e câmaras de tortura. Tudo ainda está disposto para exibição. É meio macabro. Há paredes com sangue e muitos crânios de pessoas que ali foram executadas. É pesado.

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Ao final do tour, a guia me perguntou se eu tinha interesse de visitar um mass grave, ou uma sepultura para várias pessoas. Disse que sim.

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Ela me levou para os arredores da cidade em direção ao que é hoje um parque e um memorial às vítimas do governo de Pol Pot. Passamos por muitas fábricas onde as roupas da H&M, Zara e outros fast fashion são fabricadas. E chegamos a um parque verde, com uma torre de vidro repleta de crânios ao centro.

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Eram crânios dos corpos que foram retirados das covas do local. O governo tentou pouco a pouco resgatar os corpos e reconhecer as vítimas, mas foram mais de 400 mil pessoas enterradas neste local, o que tornou a tarefa impossível. E assim fizeram um memorial em homenagem às vítimas.

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Dentes e ossadas pelo chão

O Camboja é um país extremamente úmido e, por isso, ainda hoje muitas ossadas de pessoas que foram enterradas nos mass graves vêm à superfície depois das chuvas. É comum, portanto, você caminhar sobre ossos e encontrar dentes pelo caminho.

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Há ainda uma árvore onde recém nascidos de prisioneiras eram executados por guardas, que batiam as cabeça das crianças no tronco até morrerem.

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No início do parque, há um museu que conta toda a história do genocídio. É pesado, mas é extremamente importante para compreender a que ponto vai o culto ao mito em regimes políticos.

Phnom Penh – Dia 1- CAMBOJA

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Muita gente visita o Camboja sedenta pelos ankores e esquece de conhecer a outra a capital de nome impronunciável: Phnon Phen (pronuncia-se pron pe).

A capital do Camboja é uma das cidades mais especiais da Indochina pela sua carga histórica. Cheguei à cidade vindo de Chau Doc, no Vietnã, de barco, pelo Rio Mekong. O barco é pequeno, mas confortável. E no meio do Rio a gente tem que fazer imigração para o Camboja.

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Ponte de acesso ao posto de imigração na fronteira entre o Vietnã e o Camboja

Contratei uma guia e, chegando na cidade, ela já estava disponível para me receber. Ainda que não tivesse guia, a cidade é segura, não muito grande e tem ruas retas e organizadas. Tem um quê de cidade praiana brasileira, mas ainda assim conserva o caráter asiático, com alguns prédios ousados, muita moto e bicicleta na rua.

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Em frente ao meu hotel, comi em um dos restaurantes mais legais da cidade, o Friends. A comida é saudável e maravilhosa e o restaurante é uma associação sem fins lucrativos, que integra pessoas de baixa renda a uma formação profissional. O lugar ainda tem uma loja de produtos feitos por estas pessoas. Tudo muito bonito e num casarão muito agradável.

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Phnon Phen tem um grande mercado de alimentos, num prédio interessante, e tem uma rua muito legal, com lojas e cafés estilosos. É a rua 240, que tem dessas modernidades…

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O bom é que a gente está no Camboja e os preços são baratos. Lembro que pedi para a guia me deixar aqui ao final do dia para eu voltar a pé sozinho, andando para o hotel. Foi uma aventura. Me perdi várias vezes, entrei num hospital para me informar, mas, enfim, o retorno foi tranquilo e divertido.

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Neste primeiro dia, visitamos o palácio real. Para quem foi a Bangkok e viu o palácio dos reis da Tailândia, prepare-se porque o complexo de Phnon Penh também impressiona. É mais antigo e levemente mais suntuoso. A dinastia Khmer, do Camboja, era o reino mais poderoso da Indochina. A Tailândia e parte do Vietnã já compuseram o Camboja. A independência da Tailândia veio diante de uma rebelião liderada por outra dinastia, conquistando assim sua separação do reino Khmer. Quanto ao sul do Vietnã, o Camboja perdeu pelas invasões do país vizinho. Assim, o Camboja tornou-se o país mais pequenino da Indochina. Mas, talvez, o mais interessante.

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