Numa conexão para a Guatemala, consegui um dia na Cidade do Panamá. O Panamá é um país controverso pela sua fundação, com a independência amparada pelos EUA em função do interesse do país em construir o canal do Panamá par ligar a costa leste à oeste americana de forma mais barata. Hoje, com os trens americanos fazendo percurso de forma mais eficiente que os navios, o canal já foi devolvido ao país, mas é uma beleza de se olhar funcionar.
Meu dia inteiro na cidade partiu do aeroporto, onde negociei o passeio com o taxista simpático por um bom preço. Nosso combinado era que me levasse ao belíssimo centro histórico, recentemente reformado, seguro e bom de passear.
Pra lá fui, cruzando toda a orla do país com as edificações impressionantes. A arquitetura do país impressiona, sobretudo nós, brasileiros, que infelizmente não fomos beneficiados com arquitetos arrojados em nossas construções. Os prédios são gigantes, claros, harmônicos. Porém, a gente olha para as ruas e lembra logo que está num país da América Latina pela má qualidade das calçadas no entorno, os pontos de ônibus mal-ajambrados e o trânsito truculento.
Dei uma volta no centro histórico e de lá segui para a atração maior da capital panameña: o canal. De um observatório no topo do prédio onde funcionam os escritórios locais, é possível ver o funcionamento da engenharia. Há um desnível entre os oceanos Pacifico e Atlântico. Então, não bastava aos engenheiros simplesmente cavar uma ligação entre os mares. Foi preciso criar piscinas que nivelassem a água. E essa é a beleza e a complexidade do local. 24h por dia os barcos atravessam o canal do Panamá com seus contadores e o trabalho de abará-los nas piscinas e nivela-los para seguir rumo a um ou outro oceano com comportas automáticas e precisas faz do local ainda algo a ser notado.